A NOSSA DÍVIDA

Carlos Newton – www.tribunadaimprensa.com.br      

Alguém precisa dizer à presidente Dilma que a dívida externa não foi “superada” por Lula. E agora essa elevada conta vai cair no colo dela, assim como os R$ 2,3 trilhões da dívida interna.

Sempre atento ao lance, Helio Fernandes detectou no dia da posse um grave equívoco no longo e cansativo discurso da presidente Dilma Rousseff. Ao exaltar o governo de seu antecessor, ela passou da medida e acabou iludindo o respeitável público. Disse a chefe do governo:  

“Vivemos um dos melhores períodos da vida nacional. Milhões de empregos estão sendo criados. Nossa taxa de crescimento mais do que dobrou e encerramos um longo período de dependência do Fundo Monetário Internacional, ao mesmo tempo em que superamos a nossa dívida externa”.

Superamos a nossa dívida externa? O que pretendeu dizer com isso? Nos dicionários, há vários sinônimos para o verbo “superar”, mas todos dizendo a mesma coisa. Com essa frase, ela deu a entender que a dívida externa foi paga pelo governo Lula, e isso não é e nunca foi verdade, conforme Hélio Fernandes tem denunciado aqui no blog.

Ao redigir o discurso, seu ghost-writer pisou na bola. E a presidente Dilma, quando revisou o texto, não corrigiu o exagero. Na verdade, o governo Lula jamais tomou qualquer iniciativa para quitar efetivamente a dívida externa, que está em torno de 250 bilhões de dólares (R$ 425 bilhões), segundo o próprio Banco Central.

Lula apenas pagou em dezembro de 2005, de maneira antecipada, um empréstimo que teria sido contraído pelo governo FHC com o FMI, de US$ 15,57 bilhões. Este era o valor que restava ser pago em 2006 e 2007 de um total de US$ 41,75 bilhões, negociado com a entidade multilateral em 2002.

O pagamento antecipado ao FMI foi uma atitude política e simbólica. O governo não ganhou nada com isso. Pelo contrário, até perdeu, porque os juros cobrados pelo FMI são muito baixos, menores do que os praticados pelo sistema financeiro internacional. Teria sido melhor negócio quitar parte da dívida externa (ou interna), que paga maior taxa de juros, como os títulos atrelados à Selic (hoje, 10,75% ao ano).

Em junho de 2009, em mais uma iniciativa de marketing político-eleitoral, o governo decidiu emprestar US$ 10 bilhões ao FMI. Com isso, o presidente Lula tirou uma onda, deu múltiplas entrevistas e pela primeira vez posou como financiador do fundo, já que, apesar de integrar o grupo dos 47 países-credores, o Brasil ainda não havia feito empréstimos ao FMI fora de sua cota (hoje de US$ 4,7 bilhões). A generosidade foi tamanha que o governo nem se interessou em saber qual seria a remuneração que FMI fixaria para esse empréstimo. Mas país rico é assim mesmo…

Agora, voltando ao discurso de posse, fica feio para a presidenta da República cometer um erro desses, logo em seu primeiro pronunciamento à Nação, especialmente porque, 10 dias antes, o próprio Banco Central havia divulgado o seguinte:

A dívida externa total, estimada para o mês de novembro em US$ 247 bilhões, reduziu-se US$ 6,3 bilhões em relação à posição estimada de outubro, e US$ 671 milhões em relação à dívida apurada de setembro de 2010.  A dívida externa de médio e longo prazos totalizou US$ 192 bilhões, com acréscimo de US$ 2,1 bilhões em relação à posição de setembro, enquanto a dívida de curto prazo, estimada em US$ 55,6 bilhões, apresentou redução de US$ 2,8 bilhões.

Traduzindo: não houve “superação” da dívida externa. Dos 247 bilhões de dólares citados pelo BC, a responsabilidade direta do governo federal na verdade abrange apenas cerca de 100 bilhões de dólares, porque o restante são empréstimos feitos por estados, municípios, estatais e empresas privadas, especialmente bancos brasileiros, que pegam dinheiro barato no exterior e emprestam com altos juros aqui no mercado interno. Mas é sempre bom lembrar que o governo  federal é avalista de expressiva parte desses outros 150 bilhões de dólares da dívida externa.

Quanto à dívida interna, que fechou o ano em cerca de 2,3 trilhões (os números finais ainda não estão disponíveis), Helio Fernandes também registrou que não houve qualquer menção a esse importante assunto econômico no longo e cansativo discurso de posse. Talvez fosse conveniente a presidente Dilma trocar de ghost-writer.

COMENTÁRIOS:

 

  • Alex Peña-Alfaro

Prezado Carlos Newton
Uma pergunta boba: aonde se fala na imprensa sobre esta divida?
Sou prof. universitário e comentando na sala durante a campanha presidencial a turma quase toda levantou-se dizendo q não temos mais divida externa. Repare q se repete a versão do ex de que agora somos nos q emprestamos ao fundo. Sobre divida interna, bastante preocupante nem se fala. Ora como imaginar uma discussao sobre isso se a tal divida interna e externa “não existe oficialmente”? isto é uma brincadeira de mau gosto não?
alias isto é sinistro, pois o futuro está comprometido.
Alex

Prezado Sr. Carlos Newton, Saúde. Sendo verdade que o Gov. Fed. avalisa o Total da Dívida Externa hoje +- US$ 247 Bi, e sendo a parte do Gov. Fed. +- US$ 100 Bi, e tendo o Banco Central reservas de +- US$ 320 Bi, as contas externas estão equacionadas. Sendo o ex-Presid. Lula um gênio da Propaganda, ele não poderia deixar de faturar politicamente sôbre o FMI, que tanto atasanou a nossa vida no passado, com o famoso: ”Pagamos adiantado o último empréstimo do FMI, e agora na crise Financeira o BRASIL empresta US$ 10 Bi ao FMI.” Imagine quantos de nós perguntaria qual o Custo/Benefício da Operação.
Agora, a Dívida Interna, hoje +- R$ 2.300 Bi, +- 60% PIB, girada a Tx Selic 10,75%aa com tendência de alta, esse sim é o grande problema, pesa muito no Orçamento Federal. Não é um assunto muito agradável p/ um discurso de Posse. A solução é gradualmente ir diminuindo ela em relação ao PIB via Superávit Primário, hoje +- 3,5%PIB e vender Dívida Nova para ir pagando a Dívida Velha vincenda. O ideal seria girar essa Dívida a Custo Zero, afinal o Gov. Fed. diferente de nós e até da Petrobrás, tem Crédito Infinito. Não é por nada que o grande Vice-Presid. Sr. José Alencar sempre dizia: ”Tem que baixar os Juros, a Tx. Selic”, ele sabe das coisas. Eu não trocaria o ghost-writer, afinal ele passou ao largo de um problemão para explicar. Mas se os problemas são grandes, o BRASIL é muito maior. Abrs. e Saudações.

  • Carlos Sandes Ehlers

Nesses últimos anos do governo Lula parece que, dentro do inconsciente coletivo, uma mentalidade com relação a esse homem público, que é pago com dinheiro dos contribuintes, e, apesar de todos os números correspondente a dívida interna e externa, transformou as mentalidades em algo uníssono. Ou seja, a maioria não é capaz de perceber e identificar as mazelas públicas e privadas que correspondem a esse governo e, em particular, a pessoa do presidente. Além disso, ele (o ex-presidente) conseguiu aparelhar tanto o judiciário, o legislativo e o executivo de acordo com seus interesses.
Ao mesmo tempo é incrível ter que ouvir as palavras da atual presidenta no sentido de bajulação com o seu “mestre”, embora tentando parecer independente, com autonomia, porém, suas atitudes com relação ao “mestre” deixa a mostra a incógnita que vai ser o seu governo.
De fato, a dívida, tanto interna como externa extrapolam o aceitável. No entanto, nenhum jornal, jornalista, candidato, teve a ousadia de tocar no assunto. Por que será?

  • Carlo Germani

Caro Carlos Newton,

Somente os desinformados, pensam que a comunista-terrorista Dilma Rousseff foi “escolhida” por decisão do farsante Lula.

O governo oculto mundial (dinastia de megabanqueiros liderados pelos Rothschild), SELECIONA, DETERMINA e EMPOSSA
quem lhes garante TODAS as metas financeiras em execução.

Como Lula já submeteu o Brasil ao satânico projeto da Nova Ordem (desordem) Mundial, cabe a “Dona Dilma” continuar a conivência e subserviência ao poder econômico-financeiro dos “senhores do mundo”.

PS-Outra fraude eleitoral,FABRICADO DO NADA e IMPOSTO
presidente,chama-se Barack Obama.
(“eleito” para destruir os EUA de todas as formas)

PS2-Abraham Lincoln e John Kennedy, foram asasassinados,
extamente, por desafiarem a regra imposta (emissão de dinheiro pelo ilegal e privado FED com a cobrança de juros a partir do nada, ao invés, da emissão de dinheiro com lastro em ouro ou prata).

Carlos Newton,

O governo (PT) divulga que a divida externa foi paga, principalmente em campanha para eleger seus políticos.

Eu não vejo a oposição (PSDB e DEM) e entidades de classes da sociedade contestando e provando que a divida não está paga.

Gostaria se possível obter informações sobre a nossa divida externa.

Riomar

  • JOÃO JORGE

QUANDO É UM ARTIGO COMO ÊSTE, INQUESTIONÁVEL DO CARLOS NEWTON, APARECEU APENAS O COMENTÁRIO DO ALEX PEÑA-ALFARO.
CADE OS SOLONS DA VIDA E OUTROS ADEPTOS DO ME ENGANA QUE EU GOSTO!!!
INFLAÇÃO = 2010 IGUAL A 6,24 PORCENTO A MAIS QUE O DOBRO DE 2009.
IMPORTAÇÕES = A BALANÇA COMERCIAL TEVE O PIOR SALDO COMERCIAL DA ERA LULLA 41,6 PORCENTO.
DÓLAR = CAI AO MENOR PATAMAR DESDE 2008.
POUPANÇA = O PIOR RESULTADO DESDE 1999.

Caro Newton, o preâmbulo do artigo “Estadismo — A Religião de Ninrode” a ser encontra em: http://www.espada.eti.br/estadismo.asp

“Houve uma transferência de poder do indivíduo, da família e da igreja para o governo. A transferência foi na verdade religiosa. Inicialmente, o poder estava centrado no indivíduo; portanto, temos o governo básico como o autogoverno. Mais tarde, o governo se tornou patriarcal, centrado na família — Gênesis 39:1-3. O direito de primogenitura não incluía apenas a liderança familiar, porção dobrada da herança, mas também a linhagem do Messias. Quando o patriarcado saiu de cena, o poder foi transferido à igreja. Os pastores, na época da Revolução Americana, vestiam roupões pretos e os ingleses os chamavam de “o regimento dos roupões pretos”. Assim como a túnica de José representava sua autoridade, da mesma forma, os roupões dos ministros representavam sua autoridade abaixo de Deus. Eles foram os instigadores, líderes e aqueles que influenciaram na formação da sociedade e na forma republicana de governo dos EUA. Quando os pastores pararam de compreender seu papel atribuído por Deus e renunciaram à sua autoridade, os roupões foram passados adiante. O poder não permanece no vácuo. Ou ele é exercido, ou é perdido.

Durante a Reforma, os roupões pretos (agora togas) passaram às universidades, daí todo cerimonial nas formaturas. Atualmente, essas togas são meramente simbólicas, pois as universidades não possuem poder real algum. No entanto, por um tempo, as universidades tiveram poder e mantiveram a nação unida ao comunicarem as verdades. No entanto, as togas agora foram usurpadas e tomadas pelo governo — principalmente o Poder Judiciário. Você já se perguntou por que os juízes vestem togas — especialmente os juízes da Suprema Corte? É uma demonstração de poder e, de acordo com o pensamento deles — poder absoluto! Todos os juízes exigem que você reconheça e honre o poder deles.

O estadismo vê o Estado como a fonte de autoridade, moral, lei e domínio. No estadismo, a religião é como se fosse um “Departamento do Estado” e o Estado se torna a instituição total, compreendendo a vida e propriedade do homem. Sob o estadismo, tudo deve ser regulado e controlado para o benefício do Estado. O Estado possui três grandes poderes que usa para seu claro benefício — coerção, alistamento e confisco. A coerção vem por meio de seu poder de intimidação e obrigação; o alistamento vem por meio de seu poder de fazer planejamento militar, das situações de emergência e econômico; o confisco é realizado por meio da tributação e do poder de desapropriação.

O que é considerado roubo no setor privado é “tributação” no setor público. O que é sequestro no setor privado é “serviço seletivo” no setor público. O que é fraude no setor privado é “política monetária” no setor público. O que é assassinato em massa no setor privado é “política externa” no setor público.

O confisco ou a tributação não são mais usadas meramente para sustentar o governo, mas se tornaram ferramentas úteis aos conceitos de nivelamento e igualdade. A tributação se tornou não apenas a redistribuição de riquezas, mas um meio de reestruturar a sociedade de acordo com os desejos do Estado. É um meio de transformação social e econômica. Por meio da tributação, o Estado assegura sua própria existência e continuidade.”
PS. Pelo andar da “muda carruagem” e pelo tido “sangue novo” mas contaminado vê-se que é propósito a desmoralização+desmantelamento para transferência de endereço e autoridade dos atuais “roupões pretos.

  • Miguel Felippe João

Pegou tem que pagar!
O Brasil para quem não sabe e sócio fundador do FMI, basta olhar os anais, mais ainda recolheu em ouro, sua cota parte.
pegou tem que pagar.

  • Jorge Marcos Barros

Carlos Newton,

A declaração de Dilma não foi tão diferente quanto a “tese de doutorado” de Aloisio Mercadante concedida pela USP e com direito a presença e piadas-pilheiras de Delfim Neto, é mole ou quer mais? Penso que o Brasil poderá virar a “Ilha da Fantasia”, não?

  • Rubens Claudio Wiseman

Vamos aos números: quando se diz que a dívida externa foi superada, quer se dizer que há reservas internacionais (créditos) maiores que o total da dívida (débitos), ou seja, se necessário fosse (e não é), temos atualmente saldos em moeda estrangeira mais que suficientes para saldar nossos débitos.
A dívida externa bruta brasileira era, ao final de 2002 e da “ditosa” era FHC, de US$ 211,7 bilhões, enquanto nossas reservas internacionais eram de US$ 37,7 bilhões (déficit de US$ 174 bilhões).
As reservas internacionais do Brasil terminaram o ano de 2010 em US$ 288,6 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Isso representa um aumento de 20,7% em relação aos US$ 239 bilhões verificados um ano antes. Em relação ao começo do governo Lula, quando as reservas eram de US$ 37,7 bilhões (dos quais metade emprestada pelo FMI), o aumento foi de 665%.
No Brasil, a política de compra de reservas começou em 2004, mas ganhou força nos últimos três anos, devido ao aumento no fluxo de dólares para o país.
As reservas funcionam como um seguro contra crises externas. Hoje, elas superam o valor da dívida externa do Brasil dos setores público e privado juntos (superavit de US$ 38,6 bilhões).
O Brasil está hoje entre as economias com o maior nível de reservas em moeda estrangeira, segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) (FSP-03.01.11)

  • jo

Caro, não se importe com os ptralhinhas que aparecem tentando justificar o desGoverno Mulla da Selva com coisas tipo: “dor de cotovelo” ou com explicações mirabolantes dos “zênios do PT”. O fato é que o nosso “ministro da verdade” Franklin “magrão-Terrorista-Rajada de metralhadora” Martins põe no bolso essa molecada de “huniverçidade” e vende o que quiser para os “esmolés” do bolsa família. No entanto todos terão que pagar a divida externa que existe e que os “zênios do PT” que dizem que “só″ 54 bi é do governo “esquecem” de contabilizar que Petrobras, Vale, Oi, Rede Globo, Record, Eike Batista e outros “grupos privados” são empresas estatais disfarçadas que vivem do dinheiro do BNDES pego lá fora.

  • Andrea Queiroz

Do modo que Dna.Dilma fala e Lula também fica parecendo que no Brasil não tem mais pobre. Oba! Oba!

  • Delmiro Gouveia

Prezado Sr. Jorge Marcos.

O “Irrevogável” Aloisio Marcad’anta “adquiriu” o título de doutor na UNICAMP. E não na USP. A USP está decadente, mas nem tanto….

  • José Antonio

Um governo a fim de obter mais empréstimos não vai cutucar os credores com vara curta. Ou os leitores-comentaristas acham que agora o governo só vai gastar até o que arrecadar com impostos?

 

Éd Alemão – www.escolasensitivista.blogspot.com

É muito estranho o Brasil ter pago a dívida externa, está emprestando ao FMI e socorrendo o Haiti, se nós brasileiros estamos morrendo afogados nas enchentes e os prédios públicos só faltam cair em nossas cabeças, sem falar dos portos, estradas, hospitais e escolas. Pra que usar a lei da mordaça se podem usar o ilusionismo? Somado ao lobismo para esconder a miséria no país

Sobre Alemão

O governo mundial (USA) sufoca os governos do terceiro mundo levando suas populações à miséria e ao fanatismo religioso. Interferem em suas eleições, governos e nas suas leis, para ganharem cada vez mais poder econômico nas conquistas de mercados.
Esse post foi publicado em Sem categoria. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário