POVO DE LAMA

Helio Fernandes – www.tribunadaimprensa.com.br   

Minha Pátria está nos morros que desabam, no dólar que empobrece, na multinacional que enriquece, mas não o povo brasileiro? Minha Pátria tem palmeiras onde canta o sabiá, tem poetas que saúdam a alvorada e resistem ao Deus dará? Minha Pátria, até quando?

As cidades serranas (Teresópolis, Friburgo, Petrópolis) enterradas na lama, dominadas pelo pavor que não termina, pela angústia de não saber quando voltará à normalidade, se é que se pode utilizar alguma vez essa palavra.

Estão naturalmente desesperadas, desamparadas, despreparadas pelo que tem que ser repetido sempre como tragédia ou catástrofe. Além de tudo que perderam, que não irão recuperar jamais, estão incomunicáveis pela irresponsabilidade dos homens e pela decisão não antecipada mas irrecorrível da natureza.

Não gostaria de escrever mais nada sobre esse fato, é uma tristeza e um lamento, preferiria ficar no silêncio e na solidão dessas milhares de famílias. Os que perderam parentes de todos os graus, dos que se salvaram apenas numericamente, mas não esquecerão um detalhe que seja, por mais longa que seja a vida.

Essas famílias dizimadas pela violência da natureza (provocada, e por causa disso destruída) se sentem confusas e atordoadas, uma multidão sem rosto, onde cada qual chora a própria dor, procura salvar não apenas o que sobrou do trabalho e da acumulação de dezenas e dezenas de anos, mas também o que restou dos seus sonhos, da sua vida, do seu futuro.

Como tenho que escrever mesmo, faço isso diariamente antes de atingir a maioridade, prefiro transferir a tragédia de algumas cidades para o que acontece há mais de 500 anos com a minha Pátria amada, salve, salve. Se tivéssemos trilhado outros caminhos, quem sabe começando com Tiradentes, poderia chover incessantemente mas não tão lamentavelmente?

Não são habitantes de cidades abandonadas, desprezadas, desvalorizadas do ponto de vista humano, exploradas por transações e mais transações, que foram se multiplicando perigosamente com a ausência total dos governantes.

Fora dessas cidades, somos dezenas e dezenas de milhões de pessoas, enganadas e empobrecidas de todas as formas. Desde a independência que não houve, a república usurpada, as riquezas transferidas miseravelmente para o exterior,  cada vez com um nome diferente.

Minha Pátria tem palmeiras onde canta o sabiá. Cantavam quando éramos  roubados pelos trustes, depois mudavam para multinacionais, agora são grupos neoliberais. O sabiá não para de cantar, é a sua vida. Minha Pátria não para de sofrer, é a nossa História. Seremos libertados ou nos libertaremos algum dia?

Temos os minérios mais raros e mais caros do mundo, que nos empobrecem e enriquecem poderosas empresas lá de fora. Somos os maiores produtores de grãos do mundo, mas como nos transformamos em grandes exportadores, arranjaram uma fórmula de empobrecer cada vez mais o dólar.

Assim, exportamos a preços miseráveis, passamos a ser importadores, criamos empregos em locais onde jamais estivemos. Cada vez irresponsavelmente, “fabricamos a nossa própria desgraça”.

Choramos pelo que aconteceu na serra, o que faremos nas cidades urbanas, onde não há perigo de enxurrada? Essa “enxurrada” já aconteceu com o nosso empobrecimento crônico. Com o enriquecimento de empresários transnacionais e bastardos, que são protegidos com a irresponsabilidade dos que se apossaram da minha, da nossa Pátria amada.

Em 1966 houve a primeira tragédia, aqui mesmo no centro do Rio, atingindo a própria Zona Sul (a Lagoa), poucos meses depois da posse de Negrão de Lima, que morava nessa Lagoa, em frente ao Clube Naval (Piraquê), mas não soube de nada, até que as ruas principais fossem completamente soterradas, mansões desaparecessem.

(Nesse 1966, há 44 anos, fui cassado, preso mais uma vez, proibido de escrever ou dirigir jornal e revista. Escrevi então artigo violentíssimo, (já havia o regime discricionário e autoritário), a censura à Tribuna da Imprensa só começaria, v-i-o-l-e-n-t-í-s-s-i-m-a, a partir de 1968).

 ***

PS – Nesse artigo, responsabilizo as multinacionais pela violência contra mim. Gosto muito desse artigo de 1966, no qual denuncio as empresas de minério, de petróleo, dos monopólios internacionais. Dominavam o Brasil, muito mais intensa e perversamente do que acontece hoje.

PS2 – Como no título destas notas reverencio os poetas de sempre, espero que alguém responda até quando a minha, a nossa Pátria resistirá? Já perdemos mais de 500 anos, continuaremos ainda tratados desprezivelmente por outros 500 ou até mais do que isso?

PS3 – A história dos povos e das nações não se escreve com a covardia dos que se entregam e sim com a bravura, o desprendimento e a intrepidez dos que resistem.

COMENTÁRIOS:

Prezadíssimo Sr. Hélio Fernandes, Saúde. Extraordinário artigo onde o senhor expõe com altíssimo grau de Patriotismo, o seu amor pelo Povo Brasileiro (que não enriquece), e pela nossa Pátria (que não Prospera) como deveria e seria de direito. Começando pelas vítimas inocentes da tragédias das chuvas torrenciais da região serrana do Rio, e fazendo uma digressão dos 500 anos de nossa História Econômica o senhor lamenta que da grande geração de Riqueza interna do Brasil, uma grande parte vai para fora, nos deixando aqui com um baixíssimo Padrão de Vida. A maior Riqueza de um País disparado é o seu Povo. Vítima das circunstâncias o nosso bom Povo foi deixado no Analfabetismo até pouco tempo, +- 1930, pois para plantar cana de açucar, café e criar gado não era necessário o Alfabeto. Com o começo da Industrialização a coisa começou a melhorar, mas começamos muito tarde e só agora 2010, estamos com todas nossas Crianças (esta a nossa maior Riqueza), nas Escolas.
O senhor mesmo reconhece que já foi pior e apesar das dificuldades já temos uma Embraer SA que produz os mais lindos e eficientes jatos do mundo, criação junto com seus colegas do extraordinário Engº Osires Silva, digno sucessor do imortal Santos Dumont “O maior dos Pais da Aviação”. A Indústria Nacional, verdadeira geradora de Padrão de Vida e Acumulação de Capital, vai se expandindo. Temos em potencial milhares de Políticos Nacionalistas, Engenheiros, Inventores, Professores, Mecânicos, Empresários, Químicos, Financistas, etc, etc, Brasileiros que junto com um Povo com Saúde e bem Instruído elevarão muito o Padrão de Vida Brasileiro.
O seu valente trabalho como Jornalista foi, e continua sendo, fundamental para a criação de Consciência Crítica sem a qual não equacionaremos os Problemas Brasileiros. Com minha profunda admiração. Abrs e Saudações.

Petrópolis enterrada na lama!!!!
Só se for a lama produzida pela GLOBO e seus urubus carniceiros!
Moro aqui e a última coisa que precisamos é de alarmismo falso!
Hélio, veja o trabalho sujo de o GROBO de mentir sobre Petrópolis!
Aqui menos de 3% da população foi afetado direta ou indiretamente!
O desastre maior (que houve sim) foi totalmente localizado em PARTE de Itaipava, e no vale do Cuiabá, onde realmente a tragédia foi pungente!
No resto da cidade nem luz faltou e a vida corre normal!
De novo a ultima coisa que Petrópolis precisa é do clima de medo e terror que não esperava ver aqui, principalmente depois do apelo feito ontem nos comentários; pedindo que se desmentisse essa palhaçada de que Petrópolis está arrasada.
Repito, moro em Petrópolis, visitei as áreas afetadas, lá o desastre foi grande, mas TOTALMENTE LOCALIZADO!
Os comerciantes locais estão tiriricas com a GROBO e todos que vem espalhado mentiras e alarmismo sensacionalista!
A espetacularização da tragédia interessa aos canalhas GLOBAIS, mas não esperava isso da Tribuna.

Há trinta anos sou seu leitor. Parabens pelo excelente artigo.

  • José Antonio

René, oportuníssimo o seu comentário. Nada como alguém “in loco” para passar a limpo as informações.

  • Delmiro Gouveia

A imprensa tenta vender que o governo Dilma tem um novo ritmo. Uau, a gerentona em ação! Metas! Organização! Comitês! Enquadramento! Teve até o Estado de Minas moldando a manchete mais imbecil e vendida da história da imprensa brasileira, que deveria ser guardada pelos bons professores de jornalismo para aqueles deliciosos momentos de descontração em sala de aula: ” o ritmo frenético de Dilma governar”, estampou o jornal na primeira página da sua edição dominical. Lá fora, no mundo real que a imprensa deveria cobrir, o Brasil e o mundo assistem chocados à falta de velocidade no salvamento das vítimas da catástrofe da região serrana. Governo frenético? Não, o que se vê é o povo pelo povo, sem a presença do governo. Mas hoje a Dilma Frenética tem reunião com Fernando Haddad, o ministro da Educação. Novamente, o grandalhão enterrou o Enem. O sistema do MEC está travado e os alunos não conseguem fazer as inscrições para as universidades. É a Dilma Frenética e o Haddad Freio de Mão Puxado. Esta reunião é a cara de um governo que já começa atolado na lama da corrupção e da incompetência.

do blog Coturno Noturno

  • Antonio Ranauro Soares

Nossa Pátria será nossa Pátria no dia em que nós Brasileiros tomarmos vergonha na cara e sairmos as ruas pedindo a cassação de todos esses políticos e exigirmos que todos sejam colocados em cadeias construídas nas areas de risco, pois assim se ocorrerem tragédias do tipo do que ocorreu no Rio, Minas e São Paulo eles sejam os primeiros a serem carregados pela enxurrada de suas irresponsabilidades.

  • Welinton Naveira e Silva

A complicada e explosiva questão econômica

As teorias e explicações sobre os fundamentos do modelo capitalista, mecanismos de geração, acumulação e controle de riquezas, não resistem às evidências dos fatos, apesar das inúmeras teses, livros, artigos, etc., das mais simples, as mais complexos, tentando justificar os frágeis fundamentos do capitalismo. A maior prova que o capitalismo não deu certo é que o Planeta continua com cerca de 4 bilhões de excluídos, dentre pobres e miseráveis, apesar de toda a formidável e fantástica tecnologia já desenvolvida pelo homem, nas mais diversas áreas de seus interesses primordiais, medicina, alimentos, habitação, transportes, comunicação, laser, etc.

Apesar de todas as maravilhas inventadas, o mundo continua um lugar muito inseguro e perigoso, com devastadoras guerras, incontáveis conflitos, inclusive, uma possível devastadora guerra nuclear, para qualquer hora. Continuamos tornando a Terra cada dia mais suja, mais poluída e sujeita a devastadores tragédias de origens ecológicas, quem sabe, numa hora dessas, incontrolável e definitiva. Tudo por conta da maldita e desenfreada acumulação riquezas, concentradas em mãos de poucos, enquanto a grande maioria da população mundial, nada ou pouco tem. Eis aí, indiscutivelmente, a causa de tudo, miséria, pobreza, conflitos e guerras.

Assim sendo, sobreviver nesse inferno com dignidade, é coisa complicada, principalmente, sem armas nucleares. Tomar as devidas providências na área econômica para situar o Brasil na condição de primeiro mundo, em poucos anos, é tarefa para gigante, coisa para pouca gente. As pressões das milionárias elites econômicas, externas e internas, são gigantescas e sem escrúpulo algum. O jogo do poder é muito bruto e pesado, muito maior do que possa ser imaginado pela grande maioria das pessoas. Através da chamada grande “imprensa livre”, as elites distorcem os fatos, com mentiras de todos os tipos, objetivando aprovação das massas, propositadamente mantidas alienadas e bem longe da cultura.

Para sair da enrascada do atual modelo econômico (implantado por FHC/PSDB), que requer os maiores juros do mundo, freando nossa economia, inviabilizando o nosso comércio e a nossa indústria, causando o desemprego, a presidente Dilma Rousseff terá que fazer algum milagre para obter sofríveis resultados, ótimo é impossível, com o atual modelo. O certo, o correto, o Verde Amarelo, é arranjar a coragem dos grandes vultos da história da humanidade, no caso, para quebrar o atual modelo econômico, e em seu lugar, implantar um novo modelo econômico que possa conviver plenamente com baixos juros, os mesmos juros praticados no primeiro mundo, nas nações ricas e sem miseráveis.

Caro Hélio:

1. “Forças Ocultas” lá do Norte estabeleceram para o Brasil, “desde sempre” um papel subalterno, de escravo (escravidão, aliás, de que se orgulha a Direita nacional, desde que tenha escravos menores que possa chamar de seus). Assim é que até hoje não temos uma montadora de automóveis brasileira (a Coréia do Sul tem 3 ou 4).

2. Para manter o Brasil nessa posição subalterna (exportadora de minérios e alimentos brutos) nada como contar com a colaboração do truste políticos-imobiliárias-empreiteiras que mafia (verbo mafiar) por aqui também “desde sempre”.

3. Começa com as imobiliárias, que querem vender em qualquer lugar, sem que o Poder Público lhes fale em riscos para os compradores (não estaria na hora das vítimas ricas acionarem as imobiliárias que fizeram os loteamentos?). Políticos devem receber alguns trocados para se tornarem “compreensívos”, “maleáveis”.

4. Quando vêm os desastres, o prejuízo fica para os otários ricos que construiram mansões nas encostas e os pobres que construiram seu barracos nos morros. Nenhum prejuízo para as imobiliárias, que já estão subornando políticos em outras áreas desastráveis.

5. Continua com as empreiteiras, para as quais os desastres abrem magníficas oportunidades de negócios. Salvo exceções pontuais, obras de engenharia, no Brasil, são para engordar os problemas (e os lucros futuros das empreiteiras), e não para resolvê-los. Ações emergenciais: mais trabalhos “apressados”, errados e incompletos, e mais desastres no futuro, e mais lucros para as empreiteiras, e mais distante o sonho de se construir um país.

6. Nas eleições, não falta dinheiro para os políticos compreensivos. E o círculo vicioso reinicia.

Esquecia alguma coisa?

  • wil

O sítio do JB nos diz que: O Museu do Amanhã, empreendimento, na região portuária da cidade, em outubro passado, o governador Sérgio Cabral repassou R$ 24 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam) para a Fundação Roberto Marinho, parceira no empreendimento. É do Fecam que sai a verba para obras de contenção e drenagem nas encostas em áreas de risco.

Depois ele coloca a culpa nos prefeitos, no alto nível pluviométrico, nos governos passados, em São Pedro, nas “famílias que insistem em habitar as encostas traumatizando todo mundo” e o fazendo retornar de Paris pra encenar carinha de condoído.

A pergunta que não quer se calar: Será que o Ministério Público poderia dar uma mãozinha e rever a (i)legalidade dessa medida irresponsável e de ôba-ôba, característica desse (des)governador?

  • Arnaldo

Os meios de comunicação estão disputando quem é que vai matar mais, quem vai fazer o melhor show ou melhor horroshow para os espectadores, informação que é bom nada, chegamos ao cúmulo de ver uma repórter correndo na rua assustada com o boato de que uma represa se rompera em Nova Friburgo, quando todos sabiam que não havia nenhuma represa na cidade, lastimável e agora a Tribuna também vai entrar nessa esparrela, chegaram ao cúmulo de colocar a culpa no Lula e já estão fazendo pesquisa para avaliar a popularidade da Presidente, depois que houve a catástrofe, não dá para acreditar e ainda dizem que são democratas.

  • Luiz Diogenes Filolau Dantas

A presidente Dilma libera saques no fundo de garantia até R$ 5 mil para aqueles residentes nas áreas da tragédia. Aqueles diretamente atingidos pela calamidade terão suas dificuldades amenizadas para os gastos urgentes até com vestuário
Mas na medida governamental teve o dedo, a insensibilidade daquele burocrata que colocou a disposição de que não poderá sacar do FGTS aquele que já o fez nos últimos doze meses. E se o infeliz atingido pela tragédia sacou parcialmente o FGTS para financiar a casa agora destruída pelas águas?

Por acaso haverá alguma economia com essa excessão? Pois a medida, pelo que entendi, beneficia a todos na área da tragédia, tenham sido atingidos diretamente ou não.

Até quando esses burocratas que vicejam em gabinetes refrigerados terão suas estupidas opiniões acatadas sem passar por um crivo de seus superiores?

  • Ofelia Alvarenga

 ‘Tarde piaste’, Hélio. Assim dizia meu pai sobre alguma coisa que já era. Nem sabiá eu vejo mais.
Recém-casada, dos fundos do meu apartamento, que dava para os fundos do cinema Imperator, no Méier, eu ouvia cantar um sabiá-laranjeira, que imaginava miudinho. Até que o vi. Um pássaro grande, bem grande. Que tornei a ver exatamente aqui onde moro, mas há muito, muito tempo.
Na varanda do meu irmão, na Tijuca, aparece de tudo porque ele está perto da Floresta da Tijuca e porque minha cunhada põe pedacinhos de mamão e banana sobre os vasos de plantas, e também espalha ração logo pela manhã no chão. Dá de tudo, sanhaço, beija-flor (esqueci de dizer que, pra ele, beija-flor, ela põe o néctar na garrafinha), caga-sebo, até morcego à noite, qdo ela esquece de retirar o restinho da fruta que sobrou. Sabiá? Nenhum, de nenhum tipo. Não sei o que o Tom (Jobim) diria sobre isto.
Nem na Praia de João Fernandes, em Búzios, onde os pássaros convivem até na areia e em perfeita harmonia com os humanos, vi ou ouvi cantar um sabiá ou uma sabiá, como compôs o Tom.
Nossa terra tem palmeiras, mas já não sei se nela canta o sabiá. A não ser que as aves que aí gorjeiam não gorjeiem como cá.

  • Paulo Peres

Prezado Hélio.
Excelente artigo, que contradiz a Rede Groubo, cujo objetivo é encobrir o desgoverno do Cabralzinho e sua trupe.

  • Miguel Carqueija

Hélio, por causa disso votei duas vezes no Dr. Enéas Carneiro para presidente da república: foi um dos nossos últimos nacionalistas autênticos.

  • saulo

Nesse 1966, há 44 anos, fui cassado, preso mais uma vez, proibido de escrever ou dirigir jornal e revista. Escrevi então artigo violentíssimo, (já havia o regime discricionário e autoritário), a censura à Tribuna da Imprensa só começaria, v-i-o-l-e-n-t-í-s-s-i-m-a, a partir de 1968).

O problema é que a Tribuna comandada pelo ex-governador Carlos Lacerda, sempre teve um histórico golpista. Desde de 1954 tentava derrubar o governo eleito e democrático do Getúlio Vargas. Em 1964, mais uma vez, apoiou o movimento militar e felizmente não conseguiu o seu maior objetivo, ser presidente do Brasil na marra.
Lacerda não passava de um político de boa retórica, falso moralista, golpista, corrupto e enriqueceu na política. Antes era apenas um simples jornalista.

Por quê o Ministério Público do Estado do Rio (se é que ele ainda existe) não investiga os contratos do Governo do Estado e da Prefeitura de Dudu Paes com a Fundação Cacique Cobra Coral, que segundo eles (os governantes) tem o papel de desviar, através de REZAS, as chuvas para fora do Estado, como por exemplo, segundo a Médium Adelaide Scritori, para Buenos Aires?
E o povo argentino como fica? Contrata também da Fundação?
Isso seria mistura de religião com política?
Ou seria isso total IRRESPONSABILIDADE administrativa de quem (des)governa?

  • Joao Ribeiro Arminio

E para quem nao sabe, o GRANDE Goncalves Dias realmente estava exilado quando evocava o canto do sabia. E tragicamente morreu tragado pelo Atlantico nas costas de sua (nossa) bela Sao Luis…antes de ouvir novamente o que tanto almejava…

  • wil

Sra.Ofélia, permita-me informá-la, em minha casa deixo o mato tomar conta. Temos de 3 a 4 ninhos de sabiá laranjeira e a presença constante de vira-bostas (que nome, hein?!), sanhaços, colibris, cambaxirras, viuvinhas, bem-te-vis e, semana passada, descobri anús aninhados numa árvore com cipós. Pago preço alto, de vez em quando sou taxado de Jim das Selvas.

Olá Welinton.
A culpa não é do capitalismo em si. Ele ainda é o melhor sistema gerador de riquezas. A culpa é da distribuição dos resultados. Aí que entra o PODER Público. A LEI.
Nossas leis são vomitadas por uma canalha. E essa canalha se perpetua no Poder em função do sistema político.
Quem escolheu a Dilma, o Serra, a Marina e outros oferecidos como candidatos? Eu com CERTEZA não. Também não creio que tenham te consultado. Você apenas foi obrigado, como eu, referendar um deles. O que no Brasil é chamado de votar.

LACERDA.
Vejam como as opiniões podem diferir tanto. Continuo tendo Carlos Werneck de Lacerda como um dos melhores Governadores que o Brasil já teve. E não é agora, depois de tantos anos lendo as mais variadas críticas, na sua maioria infundadas, que vou mudar de opinião.
Se tivessemos mais alguns LACERDAS, a maioria desses políticos ladrões que pululam por aí, não teriam se criado.

Prezado Sr. Saulo, Saúde. Faço também minhas as elegantes palavras do Sr. Martim Berto Fuchs. O Gov. Lacerda teria sido um extraordinário Presidente do Brasil. Quem leu os seus Livros, principalmente “Depoimento”, ” O Poder das Idéias”, “Palavras e Ações”, etc, e viu o seu desempenho como Governador do Rio equacionando quase todos os grandes problemas do Estado, Educação, Saúde, Aterro do Flamengo, Água e Saneamento, Vias Urbanas, Túneis, Remoção de Favelas, etc, etc e preenchendo todos os cargos rigorosamente por Concurso Público.
O Presid. Vargas foi o maior dos nossos Presidentes, iniciou o Brasil Industrial, escolheu o lado certo na 2ª Guerra Mundial mesmo com prejuízo pessoal, e o Gov. Lacerda era da Oposição, lhe combateu e foi combatido duramente. O destino quis que o Gov. Lacerda sofresse o atentado da Rua Toneleros onde assassinaram o Major Aer. Vaz, e o Gov. Lacerda um tiro no pé, tragédia que levou a outra, o suicídio do grande Presid. Vargas. O Gov. Lacerda trabalhou a vida toda, fundou um jornal Nacionalista onde nunca teve uma propaganda de Multinacional, vendeu o Jornal, nossa querida Tribuna da Imprensa e depois de Cassado fundou e desenvolveu uma grande Editora a Nova Fronteira, sempre produzindo com sucesso até o fim. O que o senhor chama de Golpismo eram tentativas de aperfeiçoar a nossa Democracia, ou o senhor acha que a nossa Democracia é perfeita e não admite Reformas. Abrs. e Saudações.

  • Armando Martin

Prezado Jornalista.
“Seremos libertados ou nos libertaremos algum dia?

Tenho quase certeza que “nos libertaremos algum dia, desses nossos algozes (politicos) que nos governam., aliás, desculpe, eles governam não para nós e sim para os de sempre, banqueiros, empreiteiras, montadoras, capital nacional e estrangeiro.
Chegará o dia, e não vai demorar muito, nós cidadãos comuns não aguentaremos mais “o que esses “senhores fazem com o nosso Páis e nosso povo.
Caro jornalista, é só questão de tempo, e espero estar vivo para ver os acontecimentos..

  • Ofelia Alvarenga

Salve Wil, Jim das Selvas. Então nem tudo está perdido? Os sabiás ainda existem? Que beleza, vai ver fugiram apenas do cimento sufocante da cidade.

  • José

Sr. Hélio Fernandes. Se o sr. me permitir, transcreverei em seu jornal artigo do início de 2010, logo após a tragédia de Angra dos Reis. Não sou cabo do deputado; mal lembrava seu nome, mas lembrava do artigo. Trás referências pouco elogiosas ao Sr. Sérgio Cabral Filho. Com sua permissão, jornalista:

“O que aconteceu aqui foi a crônica de uma tragédia anunciada. (…) Não se pode brincar com o solo. Com a natureza não se brinca.” Sérgio Cabral

Tem toda a razão o governador. Pena que suas últimas atitudes tenham sido o oposto do que prega. Ao contrário do que afirmou o governador na Ilha Grande no último dia 02, após a tragédia que matou dezenas de pessoas, seu último movimento foi o de afrouxar as regras de proteção ambiental na região da Ilha Grande, que fica na Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA-Tamoios), em vez de torná-las mais rígidas. Foi isso o que o governador fez ao baixar o decreto n. 41.921, em 19 de junho do ano passado. Um decreto prejudicial à preservação ambiental e à proteção da vida humana, como a tragédia do dia 01 de janeiro deixou evidente.

Tão logo me certifiquei da gravidade das consequências do decreto do governador, após estudar o caso do ponto de vista ambiental e jurídico, apresentei na Assembleia Legislativa, ainda em outubro de 2009, um Projeto de Decreto Legislativo (PDL), cujo objetivo é sustar os efeitos do decreto do governador. Isto porque o decreto do governador é flagrantemente inconstitucional, já que a Constituição Federal, no inciso III do parágrafo 1o do artigo 225, determinou que alteração ou supressão de espaços territoriais especialmente protegidos só pode se dar através de lei. Ou seja, não se pode fazer por decreto. Como o governador usurpou uma atribuição da Assembleia Legislativa, a quem cabe a aprovação das leis, cabe a esta, através da aprovação do PDL que apresentei, sustar os efeitos do decreto inconstitucional do governador, para resguardar as atribuições que a Constituição lhe reservou.

Além disto, no dia 22 de outubro passado, fiz um pronunciamento no plenário da Alerj, transmitido pela TV Alerj, alertando a todos os deputados sobre a gravidade do decreto do governador e divulgando o PDL que apresentei para sustar os efeitos do decreto inconstitucional do governador.

Após isto, propus à Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa que promovesse uma audiência pública para tratar do decreto do governador e de sua necessária revogação. A audiência aconteceu no dia 27 de novembro de 2009. Lá, ao lado dos moradores e ambientalistas da APA-Tamoios, do Ministério Público Federal, de representantes da UERJ, defendi, mais uma vez, a imediata revogação do decreto do governador através da aprovação de meu PDL. Na audiência, sobraram evidências do retrocesso que representa o decreto do governador e de quem seriam os únicos beneficiários do mesmo: os interessados em construir mais e mais na Ilha Grande e região, em detrimento da preservação do meio ambiente e, consequentemente, da proteção da vida humana.

Não bastasse tudo isto, inconformado com a lentidão na tramitação do meu PDL na Alerj, ajuizei, ainda em 2009, uma ação na Justiça Estadual contra o decreto do governador. Trata-se de uma representação por inconstitucionalidade, pedindo que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro declare o decreto do governador inconstitucional.

Tenho feito tudo o que está a meu alcance para evitar que tragédias como essa aconteçam em nosso estado. Ou o governador se sensibiliza com as dezenas de mortes, reconhece seu erro e volta atrás, ou será imprescindível a mobilização da sociedade para cobrar dos outros Poderes do Estado, o Legislativo e o Judiciário, a revogação do decreto do governador.

O artigo é do deputado Alessandro Molon

 

  • josé mário ferraz

Caro Hélio. Pelo jeito, alguns períodos de quinhentos anos ainda decorrerão sem que tenhamos saído do barbarismo. Não há civilização em lugar algum do mundo. A humanidade ainda se encontra muito perto do tempo em que éramos irracionais. As autoridades, pessoas encarregadas de administrar o erário em benefício do povo, servem apenas aos interesses de um clube internacional presidido pelos bilionários do mundo, cuja pátria é aquela que ainda se permite ser colônia. Estas autoridades servem-se do povo em vez de servi-lo. Tem vida suntuosa em palácios e mordomias que incluem até bacanais. Porém, que fazer se o próprio povo não se incomoda com isso? Certa vez o combatente jornalista Alex Ferraz deu mostras de desânimo quanto à possibilidade de virmos a constituir uma nação civilizada, e isto na época me pareceu estranho partindo de um formador de opinião. Entretanto, hoje, concordo plenamente com o jornalista. Não há sequer vislumbre de vida inteligente entre nós. Que esperar de um povo que vive no sufoco, mas que aplaude o desbaratamento em festas dos recursos de lhes amenizar os sofrimentos? Jornal sério, este não interessa ao povo. Interessa-lhe as baixarias da televisão, as quais não parecem ter futuro porque por muito menos Deus cobriu de lava Sodoma e Gomorra, no dizer dos religiosos. Há também a grande imprensa que ajuda na imbecilização. O Jornal do Brasil de 18/11 publica um artigo da jornalista de futilidades Fernanda Dannamann, intitulado “E quem foi que disse que bicho não é gente?” trata-se de uma imbecilidade de todo tamanho. Fiz o seguinte comentário: “Quem diz que bicho não é gente é Aurélio” que foi recusado. Nem podia ser de outra maneira uma vez que a grande imprensa é o cão de guarda do sistema, como disse alguém que pensa.

  • wil

Salve, Sra. Ofélia

Um presente do Jim.

http://www.flickr.com/photos/wil_aguiar/5285686195/

Helio, em resposta ao teu PS.2 eis o PRESENTE que os atuais “administra-dores” deixarão para os esquálidos futuros brasileiros: “Brasil terá depósito de rejeitos radioativos até 2015
Com informações do MCT – 07/01/2011

Em 2015, o Brasil terá seu primeiro depósito nacional de rejeitos radioativos.

Nesse depósito ficarão armazenados os rejeitos de baixa e média atividade das usinas nucleares brasileiras, da fábrica de combustível das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada em Resende (RJ), e do descomissionamento de reatores de pesquisa.

O Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte (MG), é o responsável pela concepção, a construção e o licenciamento do empreendimento, cujo detalhamento será feito ao longo de 2011.

Esses rejeitos são colocados em embalagens metálicas de 1 metro cúbico ou em tambores metálicos de 200 litros, que serão acondicionados em contêineres de concreto no novo depósito, com monitoração 24 horas por dia.”
PS – Qual o custo de tal má obra para os considerados “pagão$” e subhumanos?
PS2- Enquanto isso…….viram as costas para a energia limpa e gratuita: “Célula termossolar capta energia da luz e do calor simultaneamente.
Redação do Site Inovação Tecnológica – 18/01/2011

A célula termossolar, que gera eletricidade a partir da luz e do calor simultaneamente, é feita de materiais orgânicos, com baixo custo de fabricação e processamento. [Imagem: Fujitsu]
A empresa japonesa Fujitsu anunciou a criação de uma célula termossolar – um componente híbrido de uma célula solar e de um gerador termoelétrico, capaz de gerar energia elétrica tanto a partir da luz do Sol quanto do calor presente no ambiente.”

Éd Alemão – www.escolasensitivista.blogspot.com

Hélio, novamente parabéns pelo texto. A nossa libertação? Estamos longe de ser gente de bem segundo a doutrina divina. Nem o poderíamos ser com as regras que nós mesmos criamos através da burocracia.

A sabedoria humana não cumpre os deveres que ela própria se propõe.

As leis que nos condenam ao que não podemos, condenam-nos pelo que não podemos.

É de se lamentar que não tenhamos sido instruídos pelos governos a termos cidadania plena. Eu vou dar um exemplo:

Aqui em Cubatão foram retiradas todas as famílias do Morro do Pica-Pau para os predinhos do CDHU. Muitas famílias venderam os apartamentos e voltaram para as favelas, e as autoridades ao invés de estudarem o porquê, é mais fácil pensar que o povo gosta de morar em barraco.

A questão é a seguinte, a família tinha sua casa no morro já há vários anos, não pagava quase nada de serviços públicos (água, luz, esgoto, IPTU), só pagavam taxas simbólicas.

Existiam famílias com casas boas, espaçosas, que tinham comércio no local. Todos foram deslocados sem receber nenhuma indenização, e assumiram um financiamento de 30 anos para pagar o apartamento.

Estes apartamentos são pequenos, mal cabe uma cama de casal no quarto, são verdadeiros pombais. Pessoas idosas aceleram o processo da morte devido à falta de espaço, escadas, barulho e ventilação.

As contas que antes eram poucas, vieram como avalanche. Água, luz, esgoto, IPTU e a mensalidade do apartamento.

E, existe outro agravante neste retrocesso financeiro, a Prefeitura não assumiu um compromisso com estas famílias para a manutenção dos prédios. Já se passaram 7 anos, e não fizeram nada. Uma cidade que tem um orçamento de 1.300.000.000,00 de reais por ano, para uma população de 110.000 habitantes é vergonhoso, a gente era pra estar pisando em calçada de ouro.

Problemas estruturais como rachaduras, pára-raios quebrados, manutenção elétrica e hidráulica, pintura, estão cheios. Os moradores ficam revoltados, mas não cobram por falta de conhecimento de cidadania e, até por medo de represálias.

O CDHU, SABESP, CPFL, só querem saber de receber o seu dinheiro, não estão preocupados com o social. Muitas vezes os moradores precisam se reunir para sanar problemas emergenciais de vazamento na tubulação que alimenta a caixa central que distribui para vários blocos abastecendo várias famílias, pois a SABESP não quer atender porque eles têm uma norma que não permite mexer depois do cavalete.

Eu já estive na SABESP contestando esta norma, argumentando que aquelas famílias precisam ter um tratamento diferenciado, porque lá não é nenhum condomínio de luxo, e que a SABESP precisa ver o lado social também.

Concluindo, muitas famílias vendem pra sair desta armadilha, passando um problemão grave pra quem compra. Esta venda é ilegal, não é permitida por lei. Quando o apartamento é vendido, fazem um contrato de compra e venda que é denominado contrato de gaveta, sem valor legal.

Esta família não tem orientação da Prefeitura por conta destas transações ilegais, e não existe um trabalho eficaz de informação junto à população das favelas de não reformarem suas casas para não gastar dinheiro à toa que depois vai acontecer a desapropriação.

A família que compra um apartamento através destes contratos, correm um sério risco de quando quitar o mesmo, perdê-lo para a família que está no cadastro original.

Outra coisa que nossas autoridades locais deveriam fazer ao invés de só condenar os favelados, era traçar um plano junto às empresas do Pólo Petroquímico para priorizar a contratação de mão de obra local. Este é o maior problema de Cubatão, nós temos o ouro que é as indústrias que poluem o nosso ar, água e solo, para dar emprego à trabalhadores de fora que estão na ordem de uns 30.000 espalhados por vários alojamentos precários feitos bichos humanos que perdem suas vidas afetivas longe de suas famílias.

E, devido a isso, não se consegue casa para alugar, pois são destinados para estes alojamentos, e quando uma família acha uma casa é a preço de ouro. Estão alugando uma casa simples por 2.000,00 reais. É por isso que uma palafita no mangue está no valor de 15.000,00 reais. Até para morar na favela está difícil, chegamos ao absurdo de pagar aluguel na favela, daqui a pouco vão cobrar aluguel para morar debaixo da ponte.

Infelizmente Hélio, é esta a realidade brasileira, somos um povo mutilado, sem lenço e sem documento. Somando-se a CORRUPÇÃO + O MAU USO DO DINHEIRO PÚBLICO + A DISPUTA POLÍTICA POR DINHEIRO = Temos um Estado que não só está contribuindo para a marginalização do cidadão, como está o empurrando para o barranco da miséria.

Sobre Alemão

O governo mundial (USA) sufoca os governos do terceiro mundo levando suas populações à miséria e ao fanatismo religioso. Interferem em suas eleições, governos e nas suas leis, para ganharem cada vez mais poder econômico nas conquistas de mercados.
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