DROGAS

EDUARDO MENDES RIBEIRO

– Do ponto de vista do funcionamento subjetivo, não há nenhuma diferença entre cheirar cocaína, fumar maconha, usar crack ou beber cachaça, consumir antidepressivos, anfetaminas e ansiolíticos.

É a mesma lógica: se faz uso de uma substância para produzir uma desejada alteração do estado de consciência e humor. É importante que se diga que as razões pelas quais algumas drogas são proibidas e outras não são proibidas, não tem qualquer fundamento epidemiológico, médico, psicológico ou antropológico.

Certas drogas são proibidas não por serem mais “fortes” ou “pesadas”, nem por terem maior potencial de criar dependência, ou por causarem mais problemas orgânicos. As origens da proibição podem ser buscadas em um conjunto de preconceitos morais e sectários do início do século XX.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a proibição de algumas drogas esteve ligada à desconfiança que os puritanos manifestavam com relação à massa de imigrantes que chegava às grandes cidades americanas no início do século. Assim, diferentes drogas foram associadas a diferentes etnias: a condenação do uso de ópio resultou das acusações de corrupção infantil feitas aos chineses; a cocaína era associada à permissividade sexual atribuída aos negros; a maconha à “invasão” dos mexicanos; e o álcool às “imoralidades” de judeus e irlandeses.

É evidente que, posteriormente, os interesses econômicos – indústria de bebidas alcoólicas, de cigarros e laboratórios – passaram a atuar fortemente com vistas à manutenção de sua reserva de mercado. É sabido que hoje o maior número de dependentes de drogas é alcoolista. E o álcool é uma droga legal.

Se considerarmos que o capitalismo produziu algo que seria da ordem de uma perversão no campo das relações sociais, na medida em que promoveu o que Marx chamou de “fetichismo das mercadorias”, poderíamos pensar que o aumento significativo de casos de dependência de drogas seria efeito de uma nova perversão, que se constitui como desdobramento da primeira. Ou seja: a lógica da sociedade de consumo se encontra orientada para um progressivo aumento na produção e consumo de bens, que, neste contexto, operam como mediadores das relações sociais, índices de prestígio e elementos produtores de identidades sociais.

Entretanto, quando certas modalidades de uso de drogas fazem com que elas se tornem o objeto único de desejo, subverte-se a lógica capitalista. Paradoxalmente, a crença no poder dos objetos pode se constituir numa ameaça a um sistema alicerçado em torno do consumo. Na lógica capitalista, o prazer ou a felicidade que supostamente poderia ser alcançado através da posse de um objeto deve ser sempre parcial e efêmero, fazendo com que o desejo deslize para outros objetos, retroalimentando o sistema, que se constitui numa forma de laço social.

A maioria dos dependentes de drogas que procuram – ou são levados a – tratamento se encontra em uma situação de fragilidade de suas inserções sociais. Normalmente não estão trabalhando ou estudando e vivenciam conflitos no âmbito familiar. Experimentam um sentimento de anomalia, em uma errata que tem como únicos pontos de referência os caminhos que levam à droga. Ora, essa situação produz muita angústia, e não raro desespero.

Diante dessa realidade, não é de surpreender que as ofertas de certas comunidades religiosas exerçam forte sedução, afinal elas prometem uma pertença comunitária, uma visão de mundo estruturada e uma função revestida de importância e dignidade – “a construção da Obra do Senhor”. Mas essa “solução” cobra seu preço, e não é barato: espera-se do sujeito que ele seja capaz de abrir mão de seus conflitos, ou seja, de sua história, e se engaje incondicionalmente em um projeto coletivo, que ele já recebe pronto.

As correntes mais biológicas da psiquiatria, muitas vezes aliadas a determinadas versões da psicologia cognitivo-comportamental, apresentam outro entendimento do problema, de onde deriva outra proposta terapêutica. Esta é direcionada a uma reprogramação da mente e do comportamento, visando sua “normalização”. O que há de comum entre essas ofertas são as certezas de que parem. Não há lugar para dúvidas acerca do que é certo e do que é errado. Para quem está totalmente perdido, isso não é pouca coisa.

COMENTÁRIOS:

COSTINHA DO AMARAL

UM CHEFE DE POLÍCIA FALA PARA SEUS SUBORDINADOS:

-UM HOMEM FALOU QUE VAI CHOVER E VAI LAVAR TODA A ESCÓRIA DA RUA, MAS NÃO CHOVE NO DESERTO. ENTÃO NÓS TEMOS QUE LIMPAR TODA ESTA SUJEIRA.

-VAI SER PRECISO USAR COLETE – RESPONDE O IMEDIATO COM CERTO RECEIO.

DEPOIS DE ALGUMAS HORAS,  JÁ SOZINHO O DELEGADO, TOCA O TELEFONE.

-E AÍ, COMO ESTÃO AS CRIANÇAS? TUDO BEM? E A FARINHA? VAMOS FAZER NEGÓCIO? – CHEFÃO DO TRÁFICO.

PS: Tomara que esta guerra do Rio seja contra o tráfico e não por troca de poderes. Mas é estranho não haver nenhuma campanha contra as drogas na mídia, ainda mais que o momento é oportuno. O governo precisava mostrar na mídia a destruição de toda essa droga sendo realmente queimada.

Éd Alemão

Agora também está proibido a venda de antibióticos sem receita, mais tarde do que nunca. Remédios sem orientação médica são drogas perigosas. As pessoas têm manias de qualquer dorzinha já ir à farmácia e comprar remédio. O melhor remédio é uma vida saudável: dormir bem, uma alimentação balanceada, prática de esportes, boas leituras e boas conversas. Uma droga também perigosa é o fanatismo religioso, as pessoas precisam ver seus líderes religiosos como pessoas comuns, e não como deuses no lugar de Cristo.

Jesus não pegava dinheiro de ninguém, ele dava o pão e o vinho de graça. Querem ganhar dinheiro falando no nome de Jesus, vão pegar uma enxada ou picareta pra trabalhar. Só devem falar no nome de Jesus aqueles que realmente querem ajudar as outras pessoas sem recompensas.

Sobre Alemão

O governo mundial (USA) sufoca os governos do terceiro mundo levando suas populações à miséria e ao fanatismo religioso. Interferem em suas eleições, governos e nas suas leis, para ganharem cada vez mais poder econômico nas conquistas de mercados.
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